⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀A auditoria contábil das demonstrações financeiras teve origem na Inglaterra, localidade que podemos chamar de berço do sistema financeiro que vivenciamos atualmente. Com o crescimento de empresas, com o advento dos investimentos entre empresas, operações mais complexas, o mercado buscou formas de obter credibilidade sobre as informações analisadas. Desta forma surgiu o auditor, que inicialmente ouvia (auditava) as informações passadas pelos executivos, validava-as e emitia seu relatório.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Experimentamos um grande fortalecimento no processo, com uma regulamentação mais organizada, robusta com mais empresas tendo a exigência do processo. Por muito tempo apenas empresas com esta exigência legal se submetiam a auditoria independente das demonstrações financeiras. Porém, observamos recentemente uma postura diferente das organizações em busca de respaldo sobre suas informações financeiras, com um forte crescimento dos trabalhos para clientes no segmento da auditoria que não são necessariamente exigidos. O envolvimento das empresas em negócios e transações mais complexas, muitas vezes de forma global, pode ser um dos fatores que levou a esta situação.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Mas para que fazer auditoria se não sou exigido por lei?
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Esta é uma pergunta que muitos executivos se fazem, ainda na contramão de um mercado globalizado. A auditoria, em qualquer ambiente de negócios, pode ser bastante importante ao auxiliar na segurança aos administradores/proprietários, na credibilidade junto aos parceiros de negócios (clientes, fornecedores, financiadores), na consolidação, eficiência e eficácia dos processos internos.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Adicionalmente, o processo de auditoria incrementa o nível de governança coorporativa e antecipa situações que seriam identificadas em eventuais negociações mais estruturadas. Nesse ambiente dinâmico e veloz que vivenciamos, constantemente temos conhecimentos de combinações de negócios realizadas, mas uma empresa despreparada, sem um nível mínimo de governança, pode perder a oportunidade de aproveitar certos movimentos.
João Henrique S. Lubisco
Profissional atuante em contabilidade desde 1985, participou de Auditorias e Consultorias com foco em práticas de Finanças e Governança. Gerente sênior na Deloitte (13 anos), PwC (1 ano) e Grant Thornton (3 anos), sócio no escritório da Crowe Consult no Estado do Rio Grande do Sul desde 2017. Experiência em Auditoria em diferentes empresas, tais como setor de manufatura, automotivo, varejo, energia, água, petróleo e gás e empresas públicas. Atuação em operações de fusões e aquisições (M&A), já tendo atendido o sell-side como buy-side. Sólido conhecimento em projetos de Auditoria Interna, Externa, Controles Internos e Sox.